Mariah Brandt
A Crítica, 29/11/2014.
É fato indiscutível a paixão que as crianças nutrem por
personagens de desenhos animados ou filmes de sucesso. Tão normal quanto a
afeição que criamos por nossos seres fictícios favoritos é a vontade que temos
de eternizá-los em nossas vidas, seja através de lembranças ou os assistindo
novamente. Daniel Batista e João Vítor Alencar, assim como centenas de pessoas
espalhadas pela cidade, escolheram o colecionismo de miniaturas como a melhor
forma de manter seus heróis por perto.
Daniel Batista é professor universitário e exibe sua peça favorita, Coringa da Enterbay hoje é vendido por até R$ 2.500. |
Daniel, que iniciou sua coleção aos 14 anos de
idade, lembra sua infância com nostalgia: “tive uma infância saudável, brincava
na rua e, quando estava em casa, minha diversão eram os super heróis na TV”,
conta o professor universitário que escolheu a área do Design por influência
dos desenhos e quadrinhos, já que os profissionais dessa área tem a
possibilidade de trabalhar com ilustrações, desenhos e computação gráfica.
Dono de uma coleção com mais de 2 mil
exemplares, Daniel reconhece que a questão do espaço é complicada e que no
início foi preciso enfrentar a resistência dos pais. “Eles diziam que eu já
havia crescido e que gastava muito dinheiro com brinquedos (...) Hoje eles já
aceitam como hobbie meu, já tem os seus personagens preferidos, inclusive enquanto
os arrumava na sala minha mãe pediu pra tirar foto com um deles”, conta Daniel
entre risos.
Já João Vítor, preocupado com os altos preços e
a falta de opção para consumidores do mercado local, começou a fabricar suas
próprias réplicas. Atualmente finaliza sua quarta miniatura, o Garrus, da série de vídeo-games Mass Effect.
O futuro designer aprendeu e desenvolveu o mecanismo na faculdade,
durante as aulas da disciplina Prototipação e Modelagem, atualmente João atua
como aluno monitor nessas aulas e ensina outros estudantes mais novos a
também fabricarem suas réplicas. “Antes da faculdade eu brincava de fazer
bonecos, com as aulas pude conhecer os produtos corretos e a melhor maneira de
produzir minhas próprias miniaturas”, conta o estudante, que utiliza a oficina
montada no quintal de sua casa que, segundo ele, divide o espaço com seu pai,
grande entusiasta de seu trabalho e o responsável pelo seu fascínio pelos
personagens do mundo geek.
“Meu pai me apresentou ao Star
Wars ainda criança, dali em
diante minhas referências no cinema e entretenimento foram moldadas”, conta
João Vítor, que também mantém em seu quarto uma coleção de miniaturas de seus
personagens de jogos de RPG e também, como não podia deixar de ser, um lugar em
destaque para a miniatura de Darth
Vader, personagem essencial na coleção de praticamente todos os
colecionadores.